terça-feira, 23 de agosto de 2011

Compreensão dói.


Descobri que compreensão doi.
Dói ser compreensiva o tempo todo.
Dói ser perfeita. Esposa perfeita, mãe perfeita, dona de casa perfeita, funcionária perfeita, amiga perfeita... ou quase isso.
Compreender dói. Compreender os problemas da casa, do marido, do filho, do chefe, dos amigos, do sogro, da sogra, da mãe, do vizinho, do síndico... dói.
Um dia você acorda imperfeita.
Você descobre que não faz as unhas há muito tempo, não faz escova no cabelo, não compras roupas, cinema? Shopping? O que é isso?
E você fica triste, imperfeitamente triste.
E lembra que não vai ao médico faz tempo, porque remédio está caro.
E você precisa tanto que alguém cuide de você naquele dia. Alguém faça sua comida, passe sua roupa, pergunte como foi seu dia...
Mas seu marido/esposa está cansado do trabalho, ficou em pé o dia todo, seu filho tem que estudar, não tem tempo pra lhe ajudar ou pra conversar.
Todos estão cansados demais.
Como assim, você está reclamando? Você nunca reclama... Você nunca reclama da falta de dinheiro, de trabalhar demais, de aborrecer-se demais, no trabalho e em casa, você nunca reclama... Você, quem é?
O que se faz no dia em que você simplesmente tem vontade de sumir...
Amanhã é outro dia. Dia da mãe perfeita, da esposa perfeita, da funcionária perfeita, da amiga perfeita... ou quase isso.
Amanhã... é outro dia.

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